Igreja Matriz de São Marcos da Ataboeira

Construída durante a segunda metade do século XVI, no topo da Rua Gonçalves Correia (anteriormente conhecida por Rua da Igreja), apresenta linhas de génese maneirista e barroco.

Possui uma só nave, de forma rebaixada, com uma capela-mor protuberante, onde a sua cúpula é revestida a telha, uma sacristia, e uma pequena torre sineira, com um relógio. A fachada principal é sóbria, sendo aberta por um portal encimado pelas armas de Santiago da Espada.
Consiste de três altares, o Altar-Mor ao centro onde figura o Santo Padroeiro São Marcos, ladeado de S. João Batista e Nª Senhora do Rosário. À esquerda, um altar dedicado á Irmandade das Almas composto por Cristo Crucificado, Stª Barbara, Stº Amaro, Nª Srª do Socorro e S. Miguel, e à direita, altar de Nª Srª do Rosário ladeada por S. Luís, Nª Srª de Aracelis, Stº Luzia, Stº António, S. Sebastião e S. José.

Em meados do século XVIII, foram executados os elementos decorativos em argamassa na fachada principal e no campanário, e nos finais do século XIX foram instalados as grades do púlpito e do baptistério, e a teia.

Destacam-se igualmente os grandes contrafortes que suportam uma das paredes laterais, e os pináculos que rematam os cunhais.

Capela de Nossa Senhora de Aracelis

Situada perto do Monte do Salto e a cerca de oito quilómetros de São Marcos da Ataboeira, a Capela de Nossa Senhora de Aracelis, que fica junto à fronteira dos concelhos de Castro Verde e de Mértola, ergue-se em local de elevada altitude.

A sua designação provém da frase latina Ara Coelis, ou Altar dos Céus, o que permite, desde logo, imaginar uma ocupação muito antiga do local da sua implantação, estimando-se que o local foi outrora utilizado como uma torre de vigia durante as épocas romana e islâmica, que controlava a via terrestre entre a cidade de Myrtilis (Mértola) e o importante centro mineiro de Vipasca (Aljustrel).

Desconhece-se com rigor a data de fundação da Capela de Nossa Senhora de Aracelis, embora possivelmente tenha sido construído nos finais do século XVI.
A capela é um edifício singelo, caiado de branco, ao qual se acede por uma sucessão de escadas e patamares, prolongando a elevação da colina onde se implanta. Possui planta rectangular, com um corpo adossado à direita da fachada, e sineira à esquerda. O portal, em arco redondo, dá acesso a uma nave única, com abóbada de canhão caiada. No interior destacam-se as pinturas murais do arco fundeiro, parcialmente ocultadas pelo altar, com retábulo de volutas de inspiração popular.
O recinto murado destinado aos romeiros é delimitado por um murete baixo, fazendo-se o acesso através de dois portais em arco redondo, integrados em troços de muro rematados por frontão triangular e encimados por grilhagens de tijolo e urnas de inspiração barroca.

Erguida no alto de uma colina visível a boa distância, no meio da planície, terá sido o centro de um importante percurso de devoção Mariana na região, em conjunto com as seis capelas vizinhas conhecidas como as suas “seis irmãs”, e que se poderão avistar desta: a de Nossa Senhora dos Remédios de Alcaria, a da Cola em Ourique, a de Nossa Senhora do Castelo em Aljustrel, a de Nossa Senhora de Guadalupe em Serpa, a de Nossa Senhora da Saúde de Castro Marim, e a de Nossa Senhora da Piedade de Loulé.